Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Soneto I - O encontro cósmico da estrela cadente.



Passei por ti e cai extasiada, és droga ilícita!
Somos átomos recombinados neste universo
A colisão estelar de radiação explícita,
Química expressiva de nosso ser diverso.     

Apenas deseje e sinta, logo nos tornaremos um
Deixe teu rastro, ó mente aguçada de anseio.
Nós fugiremos desvairados, para lugar nenhum
E a meia luz nos encontraremos, em afogueio!


                                                                                       
                                                                                       Para ele...                                                                              




sábado, 9 de fevereiro de 2013

Versos no metrô.



Vi uma criança pedindo esmola pra mãe doente.
Rostos diversos, quantas histórias cabem em um vagão?
Difícil não notar as peculiaridades dessa gente,
Seria como embarcar em vão.

Quanta saudade carrega nesses olhos úmidos?
Diga jovem independente, o que procura nesse celular?
Desviando daqueles olhares desconhecidos,
Percebo a dor no seu caminhar.

Um jovem idoso sentou-se do meu lado,
Sem receio começou a contar suas histórias da mocidade.
Eu ouvia atentamente cada parte do seu passado
Percebendo que certas coisas não morrem com a idade.

 Duas senhoras conversavam sobre o que fazer no jantar,
Típicas donas de casa acostumadas com o cotidiano tradicional.
Imagino como seus filhos não veem a hora da mãe chegar
E provar daquele tempero que ninguém tem igual.

Enquanto eu vou devagar, seguindo a perspectiva que procuro,
Sinto muitas emoções soltas pelos trilhos, amargamente!
Observo as pessoas semeando assunto, lutando pelo futuro,
Sendo apenas humanos correndo, sustentando o presente.

Queria chegar logo em casa, pra contar sobre meu dia a família.
Já desembarcando, atravessei o mar de gente na minha estação.
Pensei na rotina e a enfeitei para minha regalia,
Lembrando dos dias bonitos que valem muito ao coração.




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Do digital a carta.

    Século XXI, 2013: o mundo nas mãos da tecnologia. Um fato bastante visível hoje é como as pessoas se declaram publicamente em redes sociais, por e-mail ou bate-papo e é óbvio que esses meios de comunicação facilitam bastante o dia-a-dia da gente, deixando tudo mais prático. As coisas que fazemos hoje é rápido, viver é rápido e um momento de tranquilidade chega a ser raro.
    Minha pergunta é: você já parou para pensar como seria se em nossa era ainda usássemos a comunicação por cartas? Esqueça um pouco essas facilidade de poder falar com o mundo em apenas alguns "clicks" e imagine só como nossos avós ou bisavós faziam para falar com seus amores, família ou amigos. Não havia conforto, você tinha que correr atrás de um selo e escolher palavras bonitas para colocar cuidadosamente em uma folha de papel , era tudo pensado detalhadamente antes que a carta chegasse as mãos do destinatário.
     Havia também a preocupação de levar esse envelope no correio e esperar dias até que recebesse outra carta como resposta. Imagine a aflição de morar longe das pessoas que você ama, viajar e ter que esperar uma carta? Sim, poderia ser chato as vezes, mas essa espera era o valor da situação.
     Imagine só como era magnífico ir a um lugar e mandar um cartão postal ou um cartão de dia dos namorados, natal, ano novo... enfim, era algo que se podia pegar, diferente de um texto por e-mail que fica la se você quiser, mas você não pode guardar na sua gaveta e ler para seus netos o tal do velho papel surrado cheio de afeto. Que grande lembrança você poderia guardar da pessoa, além de palavras escritas dentro de um envelope? A emoção era maior ainda quando essa carta estava perfumada ou acompanhada de flores. Claro, as flores que enfeitavam mais ainda o presente da comunicação, como sinal de ternura e sentimentalismo!
      Guardava-se todas as curvas das letras como memória da presença, da face cheia de amor e dos momentos de felicidade. Buscava-se no fundo do coração as palavras mais fortes capazes de combater as dores da saudade e assim suprir um pouco da necessidade de estar junto.
       Bom, já que o momento é de nostalgia - do que não vivemos - deixo aqui meu recado aos jovens modernos, como eu: Sejamos jovens, loucos, antenados com a tecnologia, mas não deixemos certos detalhes do passado morrer! Por que ao invés de comprar presentes caros no dia das mães não fazemos um belo café da manhã com uma linda carta e logo após dizemos o quanto nossa mãe é importante na nossa vida? Por que ao viajar não se pode comprar um cartão postal e manda-lo pelo correio você mesmo? E num dia dos namorados, o que custa comprar (ou roubar de um jardim) as flores, símbolo da data e junto delas deixar uma carta demonstrando todo seu amor?
       Podemos fazer algo assim: velho e brega como vocês podem julgar, mas diferente e valioso! Tenho certeza que o resultado será muito satisfatório, afinal, se nós ainda preservássemos esse espírito o sentimentalismo ainda estaria acesso vigorosamente em nossas ações.



     
         

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Toy (love) Story


        Madrugada de domingo e eu aqui no meu canto, todos os brinquedos aproveitam para se divertir, menos eu. Alguns minutos atrás, estive pensando no que meu amigo Buzz me disse ontem: - o amor vai ao infinito e além, chega a ser ofuscado determinadas vezes até enfraquecer mas não apaga quando é verdadeiro, continua em órbita, viaja em outras galáxias mas volta quando esse é seu destino! Palavras sensíveis para um durão patrulheiro do espaço, mas esqueço-me que todo mundo amou uma vez na vida, até os mais amargos e gélidos corações. 
       Quando as coisas chegam a esse ponto, de fechar seu coração aos sentimentos, infelizmente significa que você já sofreu demais e se cansou, entretanto, considero isso uma atitude fraca afinal o sentimento serve para ensinar mesmo que machuque, sempre há algo bom para se guardar do mais profundo caos. Nada é em vão e não devemos sentir medo de algo tão bonito. Outros bonecos por ai diriam que estou falando besteira afinal somos seres inanimados, sem órgãos nem sentimentos, mas isso é mentira! 
        Me digam uma coisa queridos colegas, quem de vocês pode me provar isso? Não foi você Barbie que mês passado me pediu conselhos sobre triângulo amoroso? E você Ken? Me disse que é homossexual mas tem medo de assumir isso por causa da fama de casal perfeito que rende milhões a você e a patricinha loira. Enfim, eu ainda acho que ela deveria investir no Max Steel e esquecer o dinheiro um pouco, assim todo mundo sairia feliz né? Sendo sincera, vocês apenas tentam acreditar que não sentem nada, por que não querem sentir. 
       Pois bem, eu sou um poço de sentimentos e fragilidade. Isso não é novidade pra ninguém, quero falar então de mim Jessie e de um cowboy que não está mais aqui, pelo menos não em corpo, mas toda sua essência ainda está em mim.
        Nos conhecemos em um momento difícil na minha vida, quando minha dona Amy se tornou adolescente e decidiu que não devia mais brincar de boneca, então me abandonou na doação, me senti péssima, mas logo consegui encontrar amigos como eu. Fui bem aceita entre os brinquedos do Andy e dentre eles havia o líder Woody, aquele que sempre me ouviu, quem eu sempre irritava e quem me fez bem desde a primeira vez que o vi. 
        Ah como eu lembro de seu olhar! Posso dizer que ele é um homem muito atraente, tem seu carisma e sabe como conseguir o que quer, além de ter uma ótima visão sobre o mundo. Não demorou muito para que nos apaixonássemos. Mais tarde começamos a experimentar uma sensação inédita onde nem a palavra felicidade cabia, era mais que isso. Fizemos nosso papel como brinquedos na vida que tínhamos, porém nas horas livres - nossas horas - era ainda mais divertido! Brincávamos de amar, chorar de rir, querer, sentir. Uma eterna e doce brincadeira. Mesmo com momentos difíceis e desagradáveis, no fim do dia tudo que desejávamos era sermos guardados um ao lado do outro. Compartilhamos nossos manuais e sabíamos de tudo a nosso respeito, parecia até que fomos fabricados no mesmo lugar. Ninguém sabe, mas o Woody não tem nada de caipira, a noite o que ele ama ouvir é um bom e velho rock'n roll,  o resto é marketing que ele precisa manter.
        Como toda história tem seu fim, seja ele qual for, a nossa foi interrompida. Ele disse que ia tirar férias, se cansou. Desde então não sei mais o que fazer para continuar divertindo as crianças, estou sendo condenada a ir para o conserto ou pior: o lixo. Acham que estou quebrada por estar sempre triste, dizem que eu posso ter ultrapassado o prazo de validade. Minha sorte é ainda acreditar no nobre coração e na força que não imaginava caber aqui dentro. Por mais confusos me pareçam todos os fatos e acasos ainda estou aqui junto dos outros brinquedos, resistindo ao abandono dos nossos donos. IIIRRÁ!!
        Tudo que eu quero agora, querido Woody, é que você esteja feliz! Conheça todo esse mundo afora, mas jamais se esqueça dessa boneca que antes brincava de amar e agora brinca de esquecer.